domingo, 24 de maio de 2015

HISTÓRIA !

O futebol em Petrolina no final da década de 40 era bastante praticado nos bairros, muitos torneios eram realizados e cada time possuía sua torcida apaixonada. Como esses campeonatos tornavam-se cada vez mais disputados e atraíam muitos torcedores aos jogos, sentiu-se a necessidade de criar uma instituição que pudesse organizar o futebol amador na cidade. Nasceu, assim, a Liga Desportiva Petrolinense (LDP) em 1948, onde Januário Alves, arrebatado pelo futebol foi o fundador. A Liga teve um papel importante para a difusão do esporte.

Com a entidade, os times filiavam-se para garantir o direito de participar do campeonato amador. Palmeiras Esporte Clube, equipe mais antiga da cidade e fundada em 1949, América Futebol Clube, Caiano Sport Clube, Ferroviária Esporte Clube, Náutico Esporte Clube, 1º de Maio Esporte Clube, Petrolina Social Futebol Clube travaram grandes duelos nos campeonatos.


No município não se praticavam outros esportes e por ser tão popular, o futebol era umas das principais atrações da cidade. O ex-jogador da década de 60, Ederaldo Barbosa, conhecido por Dedé das Pedrinhas, relembra como as pessoas reagiam em época de campeonato. “A cidade respirava futebol no sábado, domingo e na segunda. A Praça Dom Malan era o nosso ponto de discussão sobre futebol”, acrescenta Dedé.

Antes da construção do estádio Paulo Coelho, os jogos amadores eram realizados no campo do colégio Dom Bosco. A cada ano, a rivalidade aumentava ainda mais. Os torcedores eram fiéis e apaixonados pelos seus times. Em dia de clássico, a cidade praticamente parava. Amantes do bom futebol, imprensa e empresários se amontoavam para garantir seu lugar no campo. Mesmo em dia que não era clássico, os torcedores de outras equipes assistiam às partidas, pois, segundo o atual Presidente da LDP e ex-jogador, Luciano Alves, “o futebol era tão bonito de ser assistido que valia a pena a gente sair de casa para ver qualquer jogo”.

Os times amadores da cidade possuíam uma estrutura aproximada dos times profissionais de hoje. Treinavam, se concentravam, recebiam gratificações, tudo pelo amor que o esporte oferecia. Todos os jogadores tinham como o futebol uma forma de renda extra, mas com amor e diversão em primeiro plano. As empresas que tinham jogadores como funcionários os liberavam mais cedo para os treinamentos e concentrações.

Por muito tempo, a Liga organizou campeonatos amadores, mas, nas décadas de 80 e 90, a safra de jogadores teve maior destaque no cenário nacional e mundial. Os atletas tinham mais visibilidade e eram contratados pelos clubes profissionais. Com o passar do tempo, o profissionalismo acabou se instalando no lugar do futebol amador e os torcedores passavam a freqüentar menos o estádio. “Sem dúvida o profissionalismo tomou o brilho e a paixão do futebol na região”, afirma o presidente da LDP.

Hoje com o avanço desenfreado das contratações futebolísticas, os campeonatos amadores passam por uma grande crise. Segundo Alves, os atletas da atualidade esqueceram do amor pelo futebol e passaram a pensar primeiramente na parte financeira. “Acabou a época da paixão pelo esporte mais popular do Brasil, o dinheiro subiu para a cabeça dos nossos jogadores”, ressalta o presidente.

Após seis anos sem haver o campeonato amador em Petrolina, a LDP buscou resgatar a história dos grandes clubes. Em 2011, dois times tradicionais disputaram a final do torneio, onde o Palmeiras se sagrou campeão e o Caiano vice. Os jogos aconteceram no estádio Paulo Coelho, e mesmo sem a cobrança do ingresso os torcedores não freqüentaram as partidas como nas décadas passadas.


O futebol amador já foi a principal atração na cidade petrolinense. Se algo não for feito para que ele volte a ser novamente uma tradição, talvez a bela história que esse esporte trilhou passe a ficar apenas na memória daqueles que o vivenciaram.

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